Clodoaldo fará trabalho especial fora das piscinas visando Jogos do Rio
Foto: Reinaldo Marques/Terra
Foto: Reinaldo Marques/Terra
"Eu tenho paralisia cerebral, falta de oxigenação durante o parto e até os sete anos eu não andava". De forma clara e sem rodeios, o maior medalhista paraolímpico brasileiro, Clodoaldo Silva, conta a sua história, desde quando era carregado pelos irmãos até hoje, ao anunciar sua aposentadoria das piscinas e divulgar que vai se empenhar na consolidação do paradesporto brasileiro para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
O primeiro contato de Clodoaldo com as piscinas aconteceu devido a uma requisição médica. Depois de algumas cirurgias para melhorar a locomoção, as águas serviriam para melhorar a mobilidade de Clodoaldo, mas lá ele também encontrou um ofício.
Logo na primeira competição, o Campeonato Brasileiro, em 1998, o atleta conquistou três medalhas de ouro. Daí em diante, as conquistas não pararam mais. Dos três Jogos Olímpicos que disputou, Clodoaldo coleciona treze medalhas: seis de ouro, cinco de prata e duas de bronze. Além dessas, o atleta conquistou 13 medalhas pan-americanas e nove mundiais, entre outras diversas.
As premiações também vieram fora das piscinas. Clodoaldo ganhou o prêmio "Hors Concours" do Comitê Olímpico Brasileiro - junto a ele só foram premiados Ronaldinho e Ronaldo - e foi o primeiro e único a ser reconhecido como o melhor atleta paraolímpico do mundo pelo comitê internacional. Além disso, recebeu medalhas de honra ao mérito recebidas dos presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso.
"Cada premiação que eu recebo fora d'água, acredito que seja um reconhecimento, não só do meu trabalho, mas sim do trabalho do esporte paraolímpico brasileiro que a cada dia cresce", destaca o atleta. Atualmente, o foco do nadador está na Olimpíada de 2012, quando irá "pendurar a sunga" e se aposentar das piscinas. Os treinos de Clodoaldo estão voltados para competição. "Quero finalizar essa história bem lá em Londres".
Depois de 2012, Clodoaldo ajudará os competidores mais jovens fora das piscinas. "Acho que as portas já foram abertas dentro da piscina por mim, e fora delas, embora estejamos muito bem com divulgação e visibilidade, ainda falta alguma coisa e não é o que eu sonho", comentou o nadador.
A cabeça do atleta já está em 2016, nos Jogos Olímpicos do Rio. Para Clodoaldo, esse será o momento para consolidar o esporte paraolímpico. Diante de tantos planos, barreiras e conquistas, Clodoaldo coloca a sua principal meta.
"É fazer com que a sociedade brasileira possa ver as pessoas com deficiência com outros olhos, não com olhos de coitadinho ou de incapaz, mas sim com olhos de uma pessoa produtiva e que pode contribuir para a sociedade, seja no mercado de trabalho, seja nas águas, seja em qualquer profissão".
Fonte: www.esportes.terra.com.br
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