Pesquisa foi realizada com mais de mil pessoas.
Trabalhadores com deficiência têm menor escolaridade Superior, demoram mais para ser promovidos, exercem funções que não condizem com suas capacidades e estão insatisfeitos com o emprego e a carreira. Estas foram algumas das conclusões de estudo feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP junto a 628 trabalhadores com deficiência e 566 sem deficiência.
A pesquisa faz parte do projeto de Monitoramento da Inserção da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho (Modem), da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência. A constatação mais preocupante é de que poucos pesquisados estão satisfeitos com o emprego atual (apenas 57,4%, contra 67,6% do grupo sem deficiência) e com a carreira (53,6% contra 65,8%). Um dos principais motivos é que sentem pouca ou nenhuma compatibilidade entre o cargo/função exercidos e sua escolaridade (68,9% contra 42,8% no grupo sem deficiência) e sua experiência e capacidade (62,8% contra 34,6%).
Ao contrário do que se costuma imaginar, o salário não é o principal fator de desencanto dos entrevistados, apesar de 53,2% considerarem que ganham abaixo da média do mercado. A maior queixa é mesmo a falta de valorização e perspectiva de ascensão profissional.
Para Linamara Rizzo Battistella, secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, os dados refletem uma séria distorção na aplicação da Lei de Cotas e programas de empregabilidade. “Infelizmente, muitas empresas ainda contratam pensando em fugir de multas. Oferecem apenas vagas em algumas áreas, nos níveis hierárquicos inferiores, e nem sempre condizentes com o perfil do candidato, que não se sente valorizado e passa a ver o trabalho como meio de sobrevivência e não de realização pessoal”.
Promoções são mais raras
Mais de 72% dos trabalhadores com deficiência pesquisados jamais receberam uma promoção (o índice foi de 63,7% no grupo sem deficiência), 75,4% entraram na empresa em cargos operacionais ou administrativos (contra 58,9%) e 67% permanecem na mesma função até hoje, o que ocorreu com somente 55,2% dos trabalhadores sem deficiência.
Além disso, 20,7% dos funcionários com deficiência afirmam que o gestor de sua área de trabalho nunca conversou com ele sobre metas e desempenho, enquanto apenas 4,7% de seus colegas sem deficiência apresentaram a mesma reclamação. “Isto reforça a idéia de exclusão, porque esses trabalhadores não são vistos como pessoas que podem contribuir com a empresa, mas como alguém com quem têm que conviver por uma imposição legal”, critica a secretária.
Perfil
O estudo traçou o perfil desse trabalhador como o de alguém com escolaridade um pouco abaixo de seus colegas sem deficiência, quando se enfoca o ensino Superior: 45,3% contra 60,2% do grupo sem deficiência. Pouco mais de 11,5% fizeram alguma Especialização, contra 29,9%. Já entre os trabalhadores com mestrado e doutorado não houve diferença significativa. Também ficou constatado que 41,5% dos colaboradores com deficiência têm ao menos o ensino Médio.
O estudo traçou o perfil desse trabalhador como o de alguém com escolaridade um pouco abaixo de seus colegas sem deficiência, quando se enfoca o ensino Superior: 45,3% contra 60,2% do grupo sem deficiência. Pouco mais de 11,5% fizeram alguma Especialização, contra 29,9%. Já entre os trabalhadores com mestrado e doutorado não houve diferença significativa. Também ficou constatado que 41,5% dos colaboradores com deficiência têm ao menos o ensino Médio.
Predominantemente, este profissional com deficiência atua em atividades administrativas, financeiras, de seguros, comércio, administração pública, seguridade social, informação e comunicação. Dois ramos de atuação em que sua presença ainda é muito reduzida são a indústria de transformação (6,3% contra 30,1% dos colegas sem deficiência) e a educação, com 5,7% contra 11,8%.
Este trabalhador em sua maioria é casado ou separado, tem filhos e geralmente é o único ou principal provedor de renda na residência. Em geral, trabalha menos horas, recebe mais benefícios e mora mais longe do trabalho – 34% deslocam-se mais de 20 km diariamente –, utilizando transporte coletivo como meio de locomoção.
Fonte: http://www.itu.com.br/economia-negocios/noticia/trabalhadores-com-deficiencia-ainda-sofrem-preconceito-diz-estudo-20111117
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